Ensino é crítica – a literatura no ensino médio

A consciência literária de que fala o professor Antonio Candido no início deste livro é um trabalho coletivo em que participam inúmeros agentes intermediários, empenhados em sistematizar, explicar, detalhar – noutras palavras, arar, semear, cuidar da germinação… Sem dúvida, entre esses muitos intermediários, o professor tem papel de destaque. Muito da responsabilidade pelo sucesso ou fracasso na formação de novas gerações de leitores de literatura repousa na ação do professor em sala de aula, ação que nasce na solidão da leitura e do planejamento, se desdobra nos esforços de correção de rumos de sua própria atividade diária e só se multiplica verdadeiramente quando fisga o jovem para as páginas de letras pretas com fundo branco da literatura. É difícil, mas que prazer é quando isso ocorre. Todo professor de literatura o sabe. E, sendo o professor de literatura um tanto hedonista, como almeja, como busca, como batalha para atingir esse prazer!